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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Eritropoietina – EPO


A eritropoietina é um hormônio glicoprotéico envolvido na formação das células vermelhas no corpo humano. É usado para o tratamento de algumas enfermidades, tais como diferentes tipos de anemia – inclusive a de portadores de AIDS e submetidos ao tratamento com o AZT – e por doentes acometidos por insuficiência renal crônica. O composto é produzido através da manipulação de células animais, utilizando a técnica de recombinação genética. A Eritropoetina natural é produzida principalmente pelos rins, sendo sua biosíntese e secreção estimuladas pela diminuição da oxigenação dos tecidos ou pela diminuição na quantidade de glóbulos vermelhos.

Atletas envolvidos em provas de longa duração são mais facilmente seduzidos pelo EPO, já que um maior número de glóbulos vermelhos favorecem um maior transporte de oxigênio. É sabido que a prática do doping sangüíneo é bastante comum no mundo dos esportes. Neste caso, uma quantidade de sangue é removida e guardada em condições ideais de higiene e refrigeração, para ser administrada antes de determinada prova, promovendo assim, de forma mecânica, um maior número de células vermelhas. Outra estratégia utilizada por atletas e que não caracteriza doping é treinar em locais de maior altitude, pois a menor concentração de oxigênio em regiões elevadas estimula a produção natural de eritropoietina. Obviamente, os mais “seduzíveis” não se darão ao trabalho de treinar em grandes altitudes, já que podem usar uma substância quimicamente manipulada que promove o mesmo efeito. Essa prática é conhecida como doping sangüíneo químico.

No doping sangüíneo mecânico pode ocorrer uma série de dificuldades associadas à armazenagem e a administração, levando-se em conta que um volume excessivo de sangue administrado pode acarretar ataque cardíaco, derrame e morte súbita. Já no doping sangüíneo químico (utilizando-se o EPO), parece haver uma diminuição na probabilidade de problemas maiores, desde que não ocorra abuso da droga. Mesmo assim, ela pode provocar hipertensão arterial, dores nos ossos, bradicardia, fadiga, diarréia, dores musculares e articulares, fraqueza, e sintomas gripais, tais como tosse, tontura, sonolência, febre e cefaléia.

Dentre culturistas essa droga não é popular. Alguns atletas a usam na esperança de suportar treinos mais intensos, por acreditarem que carecem de potência aeróbia. Existem ainda os que crêem na possibilidade de promover maior síntese protéica, muito embora tudo isso seja especulação. Existem algumas evidências – obtidas por estudos em ratos – que existem receptores de EPO nos mioblastos (células musculares imaturas), o que pode ser potencialmente favorável para o crescimento e reparação muscular. Provavelmente, esse é um dos motivos pelos quais alguns indivíduos associam o EPO com a potencialmente tóxica oximetolona, esteróide anabolizante que também promove o aumento do número de glóbulos vermelhos.

Relatos apresentam uma autópsia realizada em um ciclista europeu, cujo sangue teria a espessura de um iogurte, tamanha era sua concentração de hemácias. Fora os riscos para a saúde, essa é uma droga bastante dispendiosa e pode ser facilmente encontrada, em qualquer farmácia, normalmente por meio de solicitação médica. A meia vida da droga é de aproximadamente 4 a 5 horas.

Essa é mais uma droga dificilmente detectável em exames anti-doping. No Brasil, até o presente momento, não existe nenhum kit para sua detecção, o que pode deixar atletas facilmente atraídos e mais susceptíveis ao seu uso.

A dosagem terapêutica normalmente ficaria entre 15 e 50 UII kg três vezes na semana, de acordo com o grau e o tipo de patologia, chegando ao máximo de 4000 UI internacionais por dia. Mas existem relatos de ciclistas que teriam utilizado dosagens muito superiores às apresentadas. Normalmente, a prática inicia-se três semanas antes da competição, sendo que alguns atletas aumentam a dosagem à medida que a prova se aproxima.

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